terça-feira, 31 de março de 2009

Circuncisão masculina previne infecção por HIV, herpes genital e HPV

Esse é resultado de um estudo publicado nesta quinta (26) na revista "The New England Journal of Medicine". Um resultado preliminar do estudo já havia comprovado, em 2006 a redução do risco de contaminação pelo HIV em 50% a 60% no grupo submetido ao procedimento.

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O trabalho é conduzido em Ruanda, por uma equipe da Universidade Johns Hopkins, nessa que é uma das áreas africanas mais duramente atingidas pela Aids. Nessa etapa da pesquisa os cientistas queriam avaliar o impacto da circuncisão sobre a sífilis, a herpes genital e o HPV, doenças sexualmente transmissíveis, comuns em todo o mundo.
Foram mais de 5 mil voluntários, todos sorologicamente negativos para as doenças, com idades entre 15 e 49 anos. Os pacientes eram submetidos a circuncisão imediatamente ou dois anos mais tarde. O acompanhamento era feito com exames de sangue e consultas pelo menos três vezes durante os dois anos do estudo.
A redução do risco de contaminação pelo vírus da herpes apareceu logo no início do estudo e foi apresentado ao mundo científico em uma conferência no ano passado. A circuncisão masculina reduziu em 28% o risco de contaminação pelo vírus do herpes genital no grupo de participantes operado. De forma semelhante, o risco de serem contaminados pelo vírus do HPV foi reduzido em 35% no grupo tratado. Apenas com relação à contaminação pela sífilis a circuncisão não foi eficiente, não apresentando redução do risco de contaminação.
Esse resultado tem implicações não só no campo da saúde masculina mas também traz boas notícias para as mulheres. Intervenções de saúde pública no campo das doenças sexualmente transmissíveis afetam as taxas de transmissão dessas doenças e suas consequências. A diminuição da contaminação masculina pelo HPV pode impactar a ocorrência do câncer de colo de útero, além de proteger o homem de outros tumores malignos que estão ligados à essa infecção.
A Academia Americana de Pediatria informou que vai revisar suas diretrizes visando a inclusão da indicação da circuncisão masculina entre elas.

terça-feira, 10 de março de 2009

DNA ajuda a identificar pessoas com risco de AVC hemorrágico

Os acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos são eventos súbitos e geralmente devastadores atingindo milhares de pessoas a cada ano. São causados pela ruptura de aneurismas ou outras malformações de artérias e veias dentro do cérebro. A maioria dos portadores dessas alterações passa pela vida de forma assintomática, sendo a grande dificuldade para os médicos a identificação dos indivíduos que podem vir a sofrer um AVC pela ruptura de um aneurisma.

Um décimo dos acidentes vasculares encefálicos hemorrágicos ocorre em famílias com alta incidência desse problema, e para esses já existem marcadores genéticos para sua identificação. Como então identificar os outros 90% de portadores em risco dentro da população? Uma pesquisa desenvolvida pela Mayo Clinic, nos Estados Unidos, identificou um padrão de variação genética que está ligada a um risco dez vezes maior de ter uma má formação vascular e portanto sofrer um AVC.

Para chegar à conclusão do trabalho os cientistas compararam amostras do DNA de pacientes vítimas de ruptura de aneurisma com o DNA de portadores de aneurismas que não se romperam. É um pequeno passo no caminho da identificação de quem pode estar dentro do grupo de quase 30 mil pessoas que sofrem um acidente vascular encefálico hemorrágico por ano sómente nos Estados Unidos.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Saúde da boca pode influenciar desfecho da gravidez, diz estudo

Segundo a Academia Americana de Periodontia, a presença de certas bactérias na boca das gestantes pode aumentar a chance de ocorrerem partos prematuros e afetar o peso dos recém nascidos. Pesquisadores da Universidade de Nova York afirmam que a presença de níveis elevados das uma bactéria chamada Actinomyces estão correlacionados ao baixo peso dos bebês e também à prematuridade.


A presença de placa bacteriana sem controle higiênico e de doença periodontal, que é a infecção das gengivas, está ligada a uma série de doenças. A doença periodontal pode inclusive influenciar no comportamento de lesões arteriais em pacientes cardíacos. Desta vez as pesquisas mostram que a doença periodontal na gestante, principalmente no terceiro trimestre, pode influenciar o desfecho da gravidez.

Foram acompanhadas trezentas grávidas, que tiveram sua saliva e gengivas estudadas para determinação dos níveis de bactérias presentes na boca. Os dados foram correlacionados com informações sobre os partos dessas pacientes. A diminuição de peso dos bebês ao nascer era da ordem de 60 gramas para cada aumento de dez vezes na presença da bactéria. O parto era antecipado em dois dias para o mesmo aumento da carga bacteriana.

Por outro lado, a presença de níveis elevados de outra bactéria, da classe dos lactobacilos, aumentava o peso dos bebês e mantinha a gestação por mais tempo. Segundo a Presidente da Academia Americana de Periodontia, a placa bacteriana da gestante deverá ser melhor estudada para que se possa entender sua interrelação com a evolução da gravidez

segunda-feira, 2 de março de 2009

Meditação transcendental pode tratar a hipertensão, diz estudo

Pesquisadores americanos descobriram que a prática de meditação transcendental pode ser uma opção no tratamento da hipertensão arterial. O trabalho foi realizado no estado americano de Iowa, em uma população de afro-americanos. O grupo foi escolhido devido a altos índices de ocorrência de hipertensão entre os negros, com as conseqüências habituais do problema como acidentes vasculares cerebrais, infartos e insuficiência renal.

Para chegar à conclusão de que a meditação pode ser eficiente, mais de cento e cinqüenta pacientes em tratamento de hipertensão foram divididos em grupos que, além da medicação, receberam: aulas de alongamento e exercícios, participaram de sessões de meditação transcendental ou somente receberam orientação educativa sobre a doença. Os participantes foram acompanhados por um ano, com medições periódicas dos níveis de pressão arterial.

O grupo da meditação transcendental foi o que conseguiu melhores resultados, que perduraram por todo o ano de acompanhamento. Além de baixarem os níveis de pressão, a meditação foi capaz de fazer com que aqueles que a praticavam precisassem de menos medicamento para obter sucesso no tratamento. As mulheres apresentaram resultados ligeiramente superiores aos homens, porém foram também mais aplicadas nas aulas de meditação.

Apesar de o trabalho ter sido realizado em um grupo populacional específico, os especialistas acreditam que os resultados podem ser reproduzidos em qualquer grupo de pacientes. A busca e a utilização de tratamentos alternativos, desde que com eficácia comprovada cientificamente, podem ser alternativas mais baratas de tratamento em uma medicina com custos cada vez mais elevados.