sábado, 27 de junho de 2009

Estudo mostra peso negativo do consumo de álcool para a saúde mundial

Foto: Reprodução

Bebida recreativa é, infelizmente, apenas um dos lados da moeda (Foto: Reprodução)

Embora o uso de álcool ainda seja muito aceito e até incentivado socialmente no mundo todo, seus efeitos negativos para a saúde são, em geral, tão ruins quanto os do cigarro. Uma em cada 25 mortes no planeta podem ser atribuídas ao seu consumo, de acordo com uma pesquisa publicada nesta semana na revista médica "Lancet", quantificando o impacto global da bebida sobre a saúde humana.

Ainda de acordo com a pesquisa, coordenada por Jürgen Rehm, do Centro de Estudos sobre Vício e Saúde Mental de Toronto (Canadá), 5% dos anos de vida com algum tipo de de deficiência planeta afora também estão relacionados com o consumo de álcool. Quanto maior o consumo médio, maior o risco de problemas de saúde, e o efeito é ainda maior em populações pobres e marginalizadas.

Os pesquisadores também avaliam que, apesar dos aparentes efeitos benéficos para a saúde ligados ao consumo constante e moderado de álcool, o saldo da bebida é muito mais negativo do que positivo, em especial entre os homens.


Além de doenças diretamente relacionadas ao álcool, como problemas de fígado, alguns dos males ligados à bebida são tumores de boca, garganta, do cólon e do reto, de mama; depressão, derrames; além de acidentes de trânsito e violência, entre outros.


O consumo médio per capita no mundo é de 6,2 litros de etanol puro por ano, com valores próximos de 12 litros anuais na Europa, os campeões da bebedeira. Na antiga União Soviética o caso é o mais dramático: 15% das mortes estão associadas ao alcoolismo.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Estudo mostra dificuldade de abordar questão reprodutiva na terapia do câncer

Se os médicos recomendam que as mulheres providenciem perucas para a eventual queda de cabelos por conta da quimioterapia, por que não conversar sobre aspectos reprodutivos que podem estar envolvidos? Um levantamento realizado por um instituto de pesquisa da Flórida buscou avaliar como a questão é abordada durante as consultas. O resultado foi apresentado no Congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica.


Mais de 600 oncologistas responderam ao questionário. A resposta, em princípio foi positiva: 80% disseram abordar o tema durante o tratamento. Ainda assim, menos de 25% encaminham as pacientes em idade fértil para os especialistas em reprodução. O questionário era bastante detalhado, retratando 37 diferentes aspectos referentes aos médicos e o tratamento. Apesar de a ampla maioria discutir o tema com os pacientes, algumas barreiras puderam ser detectadas.


A principal dificuldade reportada pelos médicos é a conciliação entre a necessidade do início o mais rápido possível da quimioterapia e o encaminhamento do paciente a especialistas em reprodução e eventuais providências nesse campo. Apesar de existirem diretrizes de associações científicas com relação ao tema, os médicos americanos não as seguem totalmente. O índice de conhecimento sobre essas diretrizes é de apenas 38%.


Ainda existe outra barreira levantada pelos pesquisadores: é o custo envolvido nos tratamentos de preservação da fertilidade que irão se somar aos custos do próprio tratamento e suas conseqüências.


Outro trabalho apresentado no mesmo congresso constatou que não existe um padrão de cobertura para esses tratamentos pelas diferentes companhias seguradoras e planos de saúde. Mesmo no aspecto regulatório, nos Estados Unidos, as legislações são predominantemente estaduais, o que ainda dificulta ainda mais uma padronização de procedimentos pelos oncologistas e especialistas em reprodução.


A pesquisa mostra que os avanços nas oportunidades de tratamento quimioterápico traz novos desafios, como o da preservação da fertilidade dos pacientes mais jovens, não só mulheres como também homens. Devemos lembrar que não só os tumores podem atingir o aparelho reprodutivo diretamente como os tratamentos de tumores de outras localizações podem afetar a capacidade reprodutiva masculina.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Mais da metade das mortes anuais por câncer poderia ser evitada, diz relatório

Mais da metade das mortes por câncer poderia ser evitada a cada ano com mudanças nos hábitos de vida e medidas de prevenção e tratamento precoce. A conclusão é da American Cancer Society, que divulgou um estudo mostrando que 62% das mortes podem ser evitadas a cada ano.

Os diversos tipos de câncer tiram a vida de mais de 7 milhões de pessoas por ano em todo o mundo. Somente o câncer de pulmão mata, segundo a Organização Mundial da Saúde, 1,3 milhões de pessoas por ano. Esse número pode ser diminuído, e a prova disso é a constatação de que, após as campanhas educativas, aumento de taxas sobre o cigarro, leis controlando a propaganda e a diminuição do espaço para utilização do tabaco, o número de mortes relacionadas ao cigarro já diminuiu 25%.

O mesmo relatório aponta para o fato de que duzentas mil mortes a cada ano são devidas a casos de câncer associados à má nutrição, sedentarismo, obesidade e estilo de vida inadequado. O câncer de mama atingirá mais de 1 milhão de mulheres neste ano, no mundo todo. No Brasil serão 50 mil casos novos neste ano. Se o mesmo câncer de mama for diagnosticado precocemente, pode ser tratado e curado. Seguindo esse raciocínio, o cálculo dos pesquisadores passa a fazer sentido.

Avanço
A medicina tem avançado no estabelecimento de diretrizes de diagnóstico precoce e tratamento eficiente de vários tipos de tumores, como os de intestino e próstata, que são grandes matadores na sociedade moderna. O que precisamos é aplicar essas diretrizes de forma eficiente.

As campanhas governamentais têm um papel importante nesse esforço de prevenção e educação da população, porém as mudanças de comportamento e de hábitos de vida são fundamentais e dependem de esforço pessoal.

A partir desta sexta (29) vamos trazer informações direto do congresso da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, que acaba de começar em Orlando.