quinta-feira, 16 de julho de 2009

Pesquisa mostra que depressão aumenta risco de doença cardíaca em mulheres

As mulheres que apresentam um quadro de depressão após os 50 anos têm um risco maior de sofrer do coração mesmo quando não têm, previamente, os fatores de risco tradicionais para as doenças cardiovasculares.

O estado depressivo já foi ligado às doenças cardíacas nos homens, porém o impacto das alterações psíquicas na saúde cardiológica das mulheres nunca havia sido estudado até agora. A descoberta está baseada na análise de dados de uma ampla pesquisa realizada pelo governo americano, voltada para a saúde das mulheres.


Durante quatro anos, em média, os pesquisadores estudaram mais de 90 mil mulheres, que foram avaliadas para presença de depressão no início do estudo e quanto ao aparecimento de doenças cardíacas e sua relação. Os resultados mostraram que as mulheres que tinham um diagnóstico de depressão ao entrar na pesquisa mostraram também 50% mais chance de desenvolver doenças cardiovasculares.


Mesmo quando eram levados em conta os fatores de risco para doenças cardíacas, a depressão estava ligada a um risco aumentado de ter um infarto ou acidente vascular cerebral. A importância dessa pesquisa está no fato de que a depressão pós-menopausa é muito comum e muitas vezes negligenciada pelas mulheres e infelizmente por seus médicos. A identificação dos sintomas depressivos e seu tratamento adequado podem diminuir a ocorrência de eventos vasculares cardíacos e cerebrais.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Garoto que 'não tem fome' se alimenta por tubo no estômago

Foto: BBC Foto: BBC

O pequeno Joe Bell (Foto: BBC)

A família de um garoto britânico de dois anos que nasceu com uma disfunção rara - a falta quase total de apetite - está fazendo uma campanha para tentar conscientizar outras pessoas sobre o problema.

O garoto Joe Bell, de Aspatria, no condado de West Cumbria, norte da Inglaterra, tem hiperinsulinismo congênito, decorrente da produção excessiva do hormônio insulina pelo pâncreas. Com isso, os níveis de açúcar no corpo caem a "níveis perigosos". A disfunção pode ser fatal. A família diz que precisa alimentá-lo três vezes ao dia através de um tubo no estômago, porque um dos efeitos colaterais do hiperinsulinismo congênito é "praticamente" uma ausência de fome.

"Desde o primeiro momento em que nasceu, ele nunca se interessou pela amamentação", disse a mãe de Joe, Vicky Bell. "Depois de algumas horas no hospital, os níveis de açúcar no sangue dele foram testados e eram praticamente imperceptíveis." Vicky contou à BBC sobre a dificuldade de alimentar seu filho, e como os médicos chegaram à conclusão de que o tubo estomacal era a melhor solução.

"Nos primeiros dez meses depois que saímos do hospital, ele tinha um tubo que descia pelo nariz até o estômago para alimentá-lo, porque simplesmente não tinha fome", relatou. "Mas ele continuava tirando o tubo, por isso os médicos acharam melhor que o tubo passasse pela barriga." Segundo Vicky, "agora tudo é muito natural, e Joe aceita tudo que fazemos".

Esperança
A mãe disse que, hoje em dia, Joe já está se acostumando a, simplesmente, engolir a comida, mesmo que não tenha fome. Ela tem esperança de que o filho "se livre" do problema no futuro.

Vicky organizou um evento, a ser realizado em agosto, para levantar recursos para o Children's Hyperinsulinism Fund, que financia a pesquisa e promove a troca de informações sobre o hiperinsulinismo na Grã-Bretanha. Joe está sendo tratado em dois hospitais diferentes, o Great Ormond Street, em Londres, e o Royal Manchester.

A enfermeira especialista do hospital infantil de Manchester, Linsey Rigby, disse que o hiperinsulinismo é "controlável" com o paciente em casa, mas que achar uma solução pode requerer "um longo período no hospital, para que os médicos encontrem a melhor maneira de gerenciar a condição da criança".

"Talvez seja necessária uma cirurgia ou talvez a criança tenha de tomar uma série de medicamentos em casa", ela afirmou. "Mas é pedir demais que os pais administrem toda a medicação que prescrevemos."

domingo, 5 de julho de 2009

Transmissão da nova gripe pode ser mais lenta do que a da gripe normal

Em meio ao temor crescente envolvendo o avanço da nova gripe, uma boa notícia: ao menos por enquanto, a nova versão do vírus H1N1 é relativamente "lerda", tendo dificuldade para invadir as células do sistema respiratório humano. Perto de outros vírus da gripe, ele ainda não "sabe" realizar esse truque com muita eficiência.

Foto: Divulgação

Estrutura característica da 'carapaça' do vírus (Foto: Divulgação)

A conclusão é de uma equipe conjunta do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA, em artigo na revista especializada "Science" desta semana. A análise molecular do novo vírus, bem como o estudo de sua dinâmica de transmissão entre cobaias, trouxe um certo alívio.

Ram Sasisekharan e seus colegas do MIT verificaram que o novo H1N1 tem alguma dificuldade para se ligar aos receptores ("fechaduras" químicas que servem de porta para o vírus) do trato respiratório. Além disso, em experimentos com furões -- mamíferos cuja infecção pelo vírus é muito parecida com a humana --, a transmissão da doença também se mostrou ineficiente, em especial quando os bichos não estavam muito próximos uns dos outros.

Embora as conclusões sejam animadoras, os pesquisadores alertam que é preciso continuar monitorando o vírus, uma vez que novas mutações podem tornar sua transmissão mais eficiente.