domingo, 23 de novembro de 2008

Testes genéticos melhoram, mas pouco, o diagnóstico de doenças

Estudos nos EUA e na Finlândia analisaram diagnóstico de diabetes.
Teste genético foi um pouco mais preciso que técnicas tradicionais.


Testes genéticos para doenças comuns: será que valem a pena? A ciência avançou no campo das descobertas de alterações genéticas ligadas a doenças.



Já foram identificados vários padrões de mutações que permitem a identificação precoce de indivíduos em risco aumentado de apresentarem problemas no decorrer de suas vidas.


Os médicos já podem lançar mão desses testes em escalas diversas, dependendo do diagnóstico que está sendo buscado.


Mas esses testes são melhores e mais específicos do que os critérios aplicados na prática medica diária? E a que custo?

Para avaliar o real impacto das novas tecnologias sobre o diagnóstico do diabetes, pesquisadores do Massachussets General Hospital, em Boston, decidiram descobrir se o diagnóstico seria mais preciso ou não.


A pesquisa usou dados do Registro de Framingham, que começou em 1948 e vem acompanhando um grupo populacional e seus descendentes. A segunda geração desse grupo, que começou a ser acompanhada em 1971, já teve material genético recolhido, permitindo o cruzamento de resultados.


Em um grupo de mais de 2300 participantes foram identificados aqueles com alterações genéticas compatíveis com o desenvolvimento de diabetes. No mesmo grupo foram aplicados os testes clínicos e dados de exame físico que indicavam um risco aumentado para o aparecimento da doença.

Os resultados foram positivos do ponto de vista de sensibilidade dos testes genéticos que se mostraram eficientes na detecção daqueles que se tornaram diabéticos.

O problema foi que esse diagnóstico foi apenas pouco mais preciso do que os exames e acompanhamentos clínicos tradicionais. Sem falar que são extremamente mais caros.


O numero de novos diagnósticos de diabetes foi apenas 4% maior utilizando-se os testes genéticos.


Resultados semelhantes foram obtidos por outra pesquisa realizada na Finlândia, onde eram pesquisadas as mesmas alterações genéticas do estudo norte-americano.


Esses resultados apontam para o futuro das avaliações de risco que poderão indicar riscos aumentados da ocorrência de doenças e quais cuidados deverão ser tomados.


Não podemos esquecer que a presença de uma alteração genética não significa que o problema irá ocorrer. Interações como meio ambiente e hábitos pessoais de vida fazem parte dessa equação complexa.

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