quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Uso indiscriminado de MP3 pode causar perda auditiva

Exames como a audiometria podem detectar problemas precocemente, aumentando chances de recuperação

Segundo a Sociedade Brasileira de Otologia, no Brasil, mais de 15 milhões de pessoas sofrem com algum tipo de deficiência auditiva. Essa perda de sensibilidade pode ser ocasionada, por exemplo, por problemas de hereditariedade, infecções pré-natais, mas nos dias de hoje, novos fatores contribuem para o aumento dos índices de surdez. “A perda auditiva induzida por ruídos, como a poluição sonora do trânsito, shows e o tempo de exposição ao alto volume de músicas têm aumentado o diagnóstico de perda auditiva em jovens”, comenta a Dra. Valéria Mendrone, otorrinolaringologista do Lavoisier Medicina Diagnóstica/ DASA.

Para minimizar o problema, é sugerido que a exposição a sons intensos atinja até aproximadamente 110 decibéis por tempo limitado. Para uma exposição diária a sons de até 85 decibéis, o tempo recomendado é de até 8 horas. A cada aumento de nível sonoro o tempo cai drasticamente, para sons de 110 decibéis, o tempo recomendado de exposição é de apenas meia hora.

Além da perda auditiva, sintomas como zumbidos, dificuldades de compreensão da fala, atraso no rendimento escolar podem ser oriundos de problemas no sistema auditivo. “Os idosos,de maneira particular, se isolam do convívio familiar e social, gerando dificuldades de relacionamento pessoal e profissional quando não escutam bem”, diz a especialista.

“Exames como otoemissões acústicas, audiometria, impedanciometria, potencial evocado auditivo podem ser realizados ao se perceber qualquer de desses sintomas, como zumbido, difilcudade de discrimininação de sons, de maneira fácil e não invasiva. Tratamentos específicos, podem recuperar ou minimizar o dano devolvendo ao jovem qualidade auditiva satisfatória”, diz a médica.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, além de incômodos e desconfortos, o ruído causa alterações na pressão sanguínea, nos níveis de colesterol e açúcar do sangue. Em algumas pessoas a evolução desses quadros pode levar à hipertensão arterial e até infartos cardíacos.

A poluição sonora, considerada um problema de saúde pública, ocupa uma posição alarmante e próxima à poluição da água e do ar. No Brasil não existem estatísticas sobre a Perda Auditiva Induzida por Ruído, mas a alta incidência de falha na audição de grupos de trabalhadores como metalúrgicos, tratoristas, serralheiros e mecânicos, demonstram a abrangência do problema.

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